Chefe de facção na Paraíba, 'Mago Lindo', é preso no Rio e apontado como mandante de diversos homicídios no Nordeste
Investigações da Polícia Civil da Paraíba apontam Lindemberg Vieira da Silva, conhecido como Mago Lindo, de 34 anos, como o mandante de diversos homicídios no estado. Ele foi preso nesta quarta-feira, durante uma operação no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio. O criminoso estava escondido na capital fluminense havia cerca de um ano. Silva também consta nas investigações como financiador de um ataque a ônibus em João Pessoa, que terminou com a morte do motorista.
A prisão na manhã desta quarta-feira foi uma ação conjunta da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Paraíba. Também nesta manhã, a Polícia Militar realizou operações contra a facção em regiões das zonas Oeste e Norte.
Contra o criminoso, havia dois mandados de prisão em aberto, expedidos pela Justiça paraibana, pelos crimes de tráfico de drogas, associação para fins de tráfico e porte ilegal de arma de fogo. Segundo investigações da Polícia Civil, ele é considerado o chefe do tráfico no município Bayeux, na Paraíba.
Silva foi encontrado em uma casa no interior do complexo de favelas. Informações de inteligência da polícia apontam que um dos objetivos do traficante no Rio seria o envio de armas, munições e explosivos para o Nordeste, sobretudo para os estados da Paraíba e de Pernambuco. Para isso, ele estaria em contato com traficante Thiago da Silva Pinto, conhecido como Juca ou Juca Bala, apontado como um dos maiores fornecedores de armas do CV.
Esconderijo e 'escritório do crime'
Ainda de acordo com a polícia, o Complexo do Chapadão era usado como esconderijo para Silva e para outros criminosos. Além disso, a favela serve como uma espécie de "escritório do crime", de onde o traficante seguia mandando ordens para o grupo que comandava fora do estado.
Investigadores acreditam que Silva esteja no Rio desde o início de 2023, quando traficantes de outros estados foram trazidos ao Rio para um "fortalecimento de laços". Na época, o Comando Vermelho teria identificado uma oportunidade de cooptar antigos conselheiros da facção Okaida e consolidar seu domínio na Paraíba, além de monopolizar o tráfico de drogas na região.
Sequestro e incêndio em João Pessoa
Em julho do ano passado, um episódio em Padre Zé, em João Pessoa, foi relacionado a Silva. Segundo as investigações, criminosos sequestraram e incendiaram um ônibus na região. No coletivo estavam o motorista e cinco passageiros, que foram obrigados a permanecer no veículo enquanto traficantes ateavam fogo. O motorista sofreu queimaduras em cerca de 54% do corpo e morreu no hospital.
De acordo com a polícia, o ataque teve como objetivo desestabilizar a segurança pública da região e atribuir a ação criminosa a uma facção rival.
O Globo
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