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Tarifaço: Entidades dos EUA saem em defesa de isenção a alimentos do Brasil


O empresariado norte-americano saiu em defesa de que o tarifaço do presidente Donald Trump não atinja produtos agrícolas.

Os restaurantes dos EUA relatam estarem "extremamente preocupados" que a imposição de tarifas sobre alimentos e bebidas teria consequências profundas para o setor, que já opera com margens de lucro mínimas, em meio a uma crise que afeta marcas icônicas do país.

Em carta encaminhada ao USTR (Representante Comercial dos Estados Unidos) Jamieson Greer, a NRA (Associação Nacional de Restaurantes) cita nominalmente a dependência dos itens brasileiros.

"A imposição de tarifas a parceiros-chave, como o Brasil e a União Europeia, representaria desafios significativos para a cadeia de suprimentos de restaurantes, afetando o custo e a disponibilidade de produtos essenciais como café, carne bovina, vinhos e destilados europeus", escreveu Sean Kennedy, vice-presidente executivo e coordenador de relações públicas da entidade.

A NRA ainda ressalta que os preços da carne bovina já estão em níveis recordes no país, impactando o preço de itens como hambúrgueres e tacos nos cardápios.

Dados do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) mostram que a indústria do gado norte-americana vive um momento complicado: o rebanho nas fazendas de lá é o menor desde o início da série histórica, há meio século.

Apesar do cenário crítico, as entidades dos EUA buscam uma abordagem de não confrontamento à Casa Branca, sinalizando apoio à política de proteção comercial promovida por Trump.

O que defendem é que haja uma "calibragem" na estratégia tarifária adotada pelo republicano para que a cadeia de produção norte-americana não seja afetada pela falta de produtos que o país não é capaz de produzir, como aponta em carta a CBA (Associação de Marcas de Consumo).

No documento endereçado ao próprio presidente dos Estados Unidos, a CEO da entidade, Melissa Hockstad, reforça que "alguns ingredientes e produtos essenciais simplesmente não estão disponíveis nos EUA", listando café, aveia, cacau, especiarias, frutas tropicais e até mesmo um tipo específico de aço utilizado na fabricação de latas de alimentos e produtos domésticos.

"À medida que prossegue com sua agenda de política comercial, acreditamos que há um caminho para elevar sua abordagem sobre tarifas para garantir que elas tenham o impacto máximo sem consequências indevidas sobre os principais fabricantes dos EUA e a natureza composta dos aumentos de preços que os consumidores podem ver no supermercado", escreve Hockstad.

"Apelamos respeitosamente a que conceda isenções pautais agrícolas específicas para proteger os fabricantes americanos que dependem de agricultores e fontes nacionais, mas que ainda têm de recorrer a importações para certos ingredientes e insumos essenciais que, de outra forma, seriam impossíveis de obter."

CNN Brasil

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