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Como agia a falsa advogada suspeita de fraudar carteira da OAB-PB e atuar para facções criminosas

O caso da mulher presa no Espírito Santo na última quinta-feira (18), suspeita de fraudar a carteira funcional de advogada e atuar para lideranças de facções criminosas, segue em investigação. A falsa advogada teria emitido o documento Ordem dos Advogados da Paraíba (OAB-PB).

A investigação teve início em agosto deste ano, a partir de uma Notícia de Fato encaminhada pelo Ministério Público Estadual, para verificar a legalidade da inscrição da advogada. A OAB-PB não se pronunciou sobre o assunto.

O Jornal da Paraíba te explica nesta matéria como a suspeita agia e os detalhes da investigação (confira os detalhes abaixo).

Como agia falsa advogada suspeita de fraudar carteira da OAB-PB

Segundo a investigação da Polícia Civil do Espírito Santo, que a carteira falsa emitida pela OAB-PB permitiu que a investigada realizasse 218 atendimentos a internos do sistema penitenciário do Espírito Santo.

A maior parte dos atendimento aconteceu em unidades prisionais de segurança máxima. A mulher atuava como intermediária de comunicações entre presos e o meio externo, além de protocolar procurações em processos judiciais.

Os presos atendidos por ela seriam lideranças de facções como Comando Vermelho, PCV, PCC e AFC.

Carteira funcional de advogada foi apreendida. Foto: Reprodução/Polícia Civil

Como a falsa advogada conseguiu a carteira da OAB-PB

A investigada teria utilizado um modelo encontrado na internet para forjar um certificado de aprovação no exame da Ordem dos Advogados de 1992. Se verdadeira, a aprovação teria ocorrido 23 anos antes da graduação em Direito da suspeita, que afirmou ter se formado em 2015.

Com o documento fraudado, a mulher solicitou por e-mail à OAB-PB, em outubro de 2017, a emissão da segunda via do certificado, obtendo, assim, a inscrição como advogada e a carteira funcional.

A Polícia Civil consultou a faculdade particular onde ela teria se formado, que negou qualquer aprovação da investigada em exames da Ordem realizados entre 2015 e 2017. A própria Ordem dos Advogados da Paraíba confirmou a fraude documental.
O que diz a suspeita

Inicialmente, a Polícia Civil do Espírito Santo informou que a mulher havia sido presa, mas ela foi liberada após prestar depoimento.

Durante o interrogatório, a investigada afirmou ter sido obrigada, mediante ameaças de morte, a se casar com um dos presos e a repassar valores de programas sociais para ele, além de atender detentos indicados pelo preso. Ela também disse que realizava as visitas mediante pagamento, confessou a utilização de documento falso, mas negou associação com facções criminosas.

Jornal da Paraíba

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